quinta-feira, 20 de outubro de 2011

De Chuí, 550 Km a Porto Alegre

Com a mudança de planos imposta pelo trecho curto do dia anterior, decidimos esticar a nossa meta para hoje para dormirmos em PoA.
Nos primeiros cem quilômetros seguimos cercados por pastos e terras recém-aradas. Os pássaros pretos e suas revoadas voltaram a nos assustar, mas o mais impressionante ainda estava por vir.
Os pássaros em bandos no acostamento, provavelmente à busca de sementes caídas de caminhões, passaram a ser mais numerosos e variados, o que já me fazia maneirar na velocidade.
Mas duas espécies se apresentaram para me lembrar a minha adolescência. Vimos duas perdizes e uma codorna meio desajeitadas ciscando no meio da pista, aves que cresci vendo meu pai e meu irmão caçarem.



O primeiro susto foi com a segunda perdiz que, assustada com a aproximação da moto, partiu em vôo irregular da outra pista em direção à minha, em evidente rota de colisão com a Ruiva. No último instante, quando estava a pouco mais de 1,5 metros à frente do meu farol, numa manobra típica de Tom Cruise em "Ases indomáveis", a penosa deu uma guinada mostrando sua barriga para mim e disparou sua bomba. Se não fosse o parabrisas da moto, eu estaria cuspindo extrato de sementes do campo até agora.
Foi tão perto que acho que até vi a cloaca dela piscar para mim, debochadamente...
Tudo bem, ela não planejou aquilo. Na verdade ela "se borrou" de medo. Eu também, mas felizmente não tenho uma cloaca incontinente.
Não. Não fotografei. Nesta vocês vão ter que acreditar. Ou não. 


Quando ainda me recuperava do susto, cerca de um quilômetro depois, foi a vez da codorna. Esta partiu do meio da outra pista em um salto, passando logo acima de nossas cabeças.

Ah, se eu tivesse a nossa quarentinha ali... e se a caça fosse permitida como antes...

Não perdemos a oportunidade de parar novamente na Reserva do Taim, que - afora o vento - não cansamos de admirar. Na pista de retorno, pudemos ver a fauna mais exuberante, incuindo diversas capivaras.




Almoçamos em Rio Grande - na Galeteria Osório que mesmo sem galeto ofereceu-nos boa comida - e logo seguimos a Porto Alegre, com direito a alguma chuva no caminho. Percorremos 550 Km hoje, sem grande cansaço.
Talvez amanhã poderemos esticar até Joinville. Vamos ver. Hora de dormir, então.

Um comentário:

  1. Vão com calma.
    Não tenham pressa para chegar.
    Curtam cada km, apesar, imagino, da grande vontade de chegar.
    Bjos.
    Junior e Nadi

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