domingo, 16 de outubro de 2011

Torres-Pelotas: outro país?

Tenho a impressão que a queixa da Bea com o Chefe no primeiro dia fez com que São Pedro tentasse arrumar as coisas. E como o freguês sempre tem razão, acordamos hoje com um dia lindo, com pouquíssimas nuvens no céu.




Após rápido passeio em Torres, por já estarmos atrasados, partimos para Pelotas, com passagem pela periferia de Porto Alegre.
Com a previsão de um dia quente e ensolarado, guardamos os kits de chuva, balaclavas e a parte de cima da segunda pele. Também abri mão da luva longa, passando a usar uma curta de trail (mais leve e ventilada).
Viagens são sempre, por si, um grande aprendizado e às vezes esclarecedoras. Sempre achei estranho e até meio arrogante a atitude de gaúchos que se consideram como vindos de outro país. Mas hoje, finalmente, descobri de onde vem tudo isto.
Nada a haver com as questões históricas, Guerra dos Farrapos ou Batalha dos Aflitos. A questão é mais atual e está relacionada com as suas estradas.
Saindo de Torres, entramos mesmo em um novo país, com suas pistas tríplices em cada sentido, pavimento impecável, sinalização "para inglês ver", telefones de emergência mais comuns na pista que cachorros atropelados e um nome à altura: FREEWAY (ou free-way). É proibido chamá-la de BR-290, para não confundí-la com as outras BRs por aí. Isto que é autopista!
Até os motoristas parecem mais civilizados (não importa que hoje é domingo, dia de todos sermos civilizados) e sempre deixam a pista da esquerda para quem tem pressa ou um motor portador de hiperatividade.
Se cada país deve cuidar de suas próprias estradas, então este dos pampas está de parabéns. E não me venham os paulistas falar da Anhanguera. Isto lá é nome de estrada chique? Se a BR-290 fosse em São Paulo talvez emplacasse no máximo um "friuei".
Paramos para abastecer e, para quem não acreditou nas sessões de pilates da Bea, com capacete, aqui vai a prova.


E porque o capacete?
A cena de cabelos longos, esvoaçantes e glamurosos da mulher que tira o capacete é só em propaganda, viu? Para quem tem auto-crítica e cabelo crespo, faz pilates com o capacete mesmo...

Chegamos em Porto Alegre e a partir dali voltamos ao Brasil, com a nossa "boa" e velha BR-116 - sua pista única, irregularidades e pedágio caro.
Adeus freeway! Nem pudemos nos despedir e agradecer a acolhida...
Pelo menos não nos acostumamos tanto com a estrada impecável e logo voltei para a nossa realidade na pilotagem: buraco aqui, calombo ali, remendo acolá. E assim fomos bem até parar para o almoço em Passo das Pedras. Novo e bom buffet livre à beira da estrada (por aqui é um orgulho nacional).



Até a Ruiva teve a oportunidade de socializar com uma local, enquanto almoçávamos. Só não sei se entendeu o sotaque.



O resto do trecho até Pelotas foi fantástico, com as sombras das árvores sobre o asfalto e muitos pássaros junto à pista. Acho que os gaúchos põem alpiste no acostamento para impressionar os turistas...

Tudo muito lindo, canários prá cá, cardeias prá lá... Mas os bandos imensos de pássaro pretos, que voam "em formação" quando passam os carros, chegam a ser assustadores.
Não é nenhuma "viagem" tipo "Os Pássaros", de Hitchcock. Eles dão umas rasantes, meio erráticas, que me fez pensar nas variantes do nome deles: pássaro preto, chopim ou VIRA BOSTA.
Não é porque gostam de "pastar" nas fezes dos bois, procurando sementes.
Já imaginou o que VIRA a viagem de um motociclista que passa a 150 Km/h e acolhe um destes no gogó?
Deus nos livre!
Vou jantar, que a garupa está impaciente. Camiseta rosa, para não parecer forasteiro ;-)

Amanhã: Chuí e Punta... êba!

2 comentários:

  1. Que beleza!
    Que curtida!
    Vão em frente...
    Bons trechos pela frente...
    Junior e Nadi

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  2. Bea! Estou orgulhosa de vc!
    Entendo perfeitamente a prática do pilates com capacete!
    Bjos e boa viagem!
    Flavia

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