PLANO
Esta primeira viagem de longa distância foi programada para ocorrer entre 15/10 e 22/10/2011, fracionada em três trechos e num total de aproximadamente 2.722 Km (ida e volta), conforme o apresentado no mapa abaixo.
Viajaremos apenas eu e Bea e decidimos percorrer trechos de menos de 500 Km ao dia, para garantir conforto e segurança.
Por ser a primeira empreitada, será realizada sem compromissos definidos. Problemas sérios com o clima ou de outra força maior poderão levar à modificação do plano original.
Entretanto, a definição de metas é necessária. Os três trechos foram assim definidos:
DIA 1: JOINVILLE - TORRES (434 Km)
Pela BR-101 Sul, com parada prevista na Região de Florianópolis, para almoço e reabastecimento.
DIA 2: TORRES - PELOTAS (444 Km)
Através da BR-290 e BR-116, com parada prevista em Porto Alegre e trevo de Camaquã para abastecimento.
DIA 3: PELOTAS - CHUÍ (260 Km) e CHUY - PUNTA DEL ESTE (223 Km)
Pela BR-471 até o Chuí (parada para almoço, abastecimento e imigração), e então RN9 e RD39 por terras uruguaias.
O retorno deverá seguir as mesmas metas da ida.
O planejamento das rotas foi realizado através do uso do software MapSource da Garmin e dos mapas desenvolvidos pelos projetos colaborativos Tracksource de mapas brasileiros e Mapear para mapas de Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile.
Documentos
Optamos por utilizar as nossas Carteiras de Identidade (oficiais, não as profissionais) como documentos de viagem, de acordo com o que está regulamentado no acordo do Mercosul. Da mesma forma, contratei um Seguro Carta Verde com a ajuda do meu corretor de seguros. Defini pela cobertura para 7 dias, por questões de segurança, já que não havia como definir ao certo a data de entrada e saída do Uruguai. Carteira de Habilitação, documentos da moto, seguro da moto e carteiras da Unimed e seguro pessoal de saúde internacional completaram a papelada necessária.
Tomamos o cuidado de observar as regras gerais para entrada no Uruguai, a partir das informações fornecidas pela sua Embaixada.
Comunicação
Em função de não se tratar de uma viagem em grupo, além de levar dias celulares e do contrato de roaming internacional, me certifiquei que ouvesse cobertura da operadora em todo o trajeto programado. Um netbook e um modem 3G completaram a estrutura de comunicação, contando ainda com os acessos wireless eventualmente disponíveis nos hotéis.
EXECUÇÃO
A viagem foi realizada entre 15 e 21/10/2011, num total de 2814 Km, exceto trânsitos locais.
A ida foi realizada em quatro trechos de 447 a 503 Km, conforme o planejamento apresentado acima.
Para navegação foi utilizado o GPS Garmin Nüvi 250W, com os mapas Tracksource (TRC Florianopolis, TRC Porto Alegre e TRC Pelotas) e Mapear (Montevideo e Paysandu) já citados, o que garantiu apropriada precisão nos vários locais desconhecidos por nós.
Problemas com navegação
A única falha observada na aplicação dos mapas, que considero grave se fossem utilizados por usuários menos experientes no manuseio do GPS, foi o súbito desaparecimento de parte da imagem do mapa TRC Pelotas (Q33S 61W), o que transformou o equipamento em apenas um gravador de rota ao sul de Pelotas, tal como pode ser observado na imagem abaixo.
Esta área de sombra, que inicialmente imaginei fosse causada por malfuncionamento de hardware ou sistema operacional do GPS, se extendeu até a fronteira com o Uruguai, a partir do que tudo voltou ao normal.
Na investigação do ocorrido, percebi através do Mapsource se tratar de uma falha do mapa Paysandu do projeto Mapear, no qual não foi realizado o devido "recorte" da linha de fronteira entre os países, levando à superposição dos mapas pela área destacada em cor de rosa observada abaixo, que levou à ocorrência desta sombra ao sul de Pelotas.
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No retorno, evitei tal efeito desabilitando o mapa Mapear ao cruzar a fronteira com o Brasil. Por ter sido um achado relevante, já informei os responsáveis pelo projeto Tracksource para que possam solicitar a correção devida ao Mapear.
Diferentemente da ida, no trajeto de volta optamos por realizar três trechos, de 233, 564 e 627 Km, com pernoites em Chuí e Porto Alegre, paradas para almoço/reabastecimento no Chuí (RS), Rio Grande (RS) e Araranguá (SC), e abastecimentos adicionais em Santo Antonio da Patrulha (RS) e São José (SC).
Com excessão dos últimos 40 Km do retorno, todo o resto da viagem foi realizado à luz do dia.
Abaixo apresento o resumo do Log do GPS:
A moto
A Vulcan 900 não apresentou nenhum defeito mecânico ou elétrico no percurso. Um pequeno vazamento no bico do pneu traseiro foi corrigido prontamente com o aperto da válvula.
O conjunto, incluindo garupa e bagagem plena, se mostrou estável em velocidade de cruzeiro, mesmo em trechos com chuva e forte vento lateral. O sissybar e parabrisas adicionados à original foram extremamente úteis e confiáveis.
O seu consumo médio foi de 20,8 Km/litro.
As estradas
Cabe destacar a boa qualidade das estradas na grande maioria dos trechos percorridos, com destaque para a BR-290 (Freeway) e a RN-09 (Uruguai), embora seja a última de pista única.
É deplorável o estado dos trechos ainda não duplicados e em obras da BR-101 ao sul de Florianópolis até a divisa com o Rio Grande do Sul.
Considerações finais
Toda a viagem, mesmo consideradas sua breve duração e longa distância, foi extremamente agradável para piloto e garupa. Não apresentamos desconfortos físicos duradouros ou incapacitantes.
Não tivemos qualquer problema de segurança em todos os lugares visitados. Ressalte-se que sempre escolhemos hotéis com garagem coberta para a hospedagem e que evitamos transitar à noite.
Os trajetos se mostraram exequíveis, mesmo para viajantes sem experiência prévia com grandes distâncias.
Agora está na hora de pensar nos próximos projetos.
As postagens com a evolução dia a dia deste projeto podem ser lidas nas publicações realizadas entre 15/10 e 22/10/2011 (procure no Arquivo do Blog no menu à direita).
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